Divagações

Você já se deu um tempo?

22:59


Penso que para cada coisa há um tempo, inclusive para nós mesmos. Há emoções que precisam de tempo serem compreendidas, peças que devem se juntar, e sentimentos que necessitam amadurecer. Isso costuma acontecer após grandes decisões que envolveram mudanças significativas em nossas vidas, em que passamos a caminhar num limbo de expectativa e dor, onde a desilusão está face a face com a euforia.

Ouso a dizer que nesta fase ficamos até mesmo vulneráveis, pois um simples sopro de esperança pode fazer com que nos entreguemos além daquilo que estávamos preparados. Costumamos nos agarrar com todas as forças a qualquer pedaço de felicidade que possa aparecer, pois quem já sofreu demais, sabe como é bom ter motivos para sorrir depois de tudo. 

Mas o tempo cobra, a vida cobra, você vai se cobrar. De repente acordamos, paramos no caminho, e passamos a encontrar dentro de nós as respostas que insistíamos em procurar fora. Ali, começamos nossa própria autodescoberta, e é tão bom, é como reencontrar um velho amigo que de certa forma sempre esteve ao seu lado, mas você não percebia.

Neste tempo de comunhão, a alma se enche de vida, e o vazio se preenche com nossa própria presença. De repente se aceitar não é mais tão difícil, e isto te liberta de uma forma que se pergunta porque de não ter feito isso antes. 

O passado que atormentava enrola-se em uma mochila, que aprendemos a carregar, porém agora sem focar apenas no seu peso, mas sim em como usá-lo como aprendizado. O futuro já não é mais assustador, pois de certa forma quando passamos a nos ouvir e a nos conhecer fica mais fácil pisar no mundo e escolher nossas trilhas, sem o peso das certezas, e sem culpa pelas possibilidades.

Entender o seu próprio tempo é namorar com a melhor companhia: você mesmo! É livrar-se das culpas, dos medos, das cascas, e sentir que o amor próprio é uma dádiva que não se entrega a mãos alheias. Compreender seu próprio tempo é enfim dar-se conta que a vida está passando e dentro de si só deve guardar coisas boas, e fazer do seu coração um terreno fértil para tudo aquilo que pretende colher no caminho dos seus dias.

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